A luta GALHOFA Ek gaurun ke GAŁOFA The GALHOFA wrestling
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Associação Lusitana de Galhofa Sekiaxun Leukuir ke Gałofa Galhofa Lusitanian Association
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A Galhofa A Galhofa (escreve-se Gałofa
em Lusitânico, a letra " ł
" lê-se como "lh" em português) é
uma arte tradicional ou luta corpo a corpo Calaica praticada em Trás-os-Montes
(mais exactamente em Bragança) no norte de Portugal, mas de origem
Céltica tal como a vizinha Luta Leonesa (Aluche) e a renascida
luta tradicional galega (a Loita). Embora não sendo esta uma
arte marcial Lusitana, esta arte tem muitos simpatizantes dentro da
comunidade Lusitana. Por isso se criou uma associação,
a Associação Lusitana de Galhofa (ou SLG, Sekiaxun Leukuir
ke Gałofa, em língua
Lusitânica) só para membros da comunidade Lusitana mas
não para a comunidade portuguesa. Estes têm ou deveriam
ter a sua própria associação. A palavra lusitana
Gałofa (Galhofa em português)
significa divertimento, manha ou alegria marcial na língua Lusitânica
(ao contrário, em português ela significa brincadeira,
risota, zombaria, escárnio). Isto leva-nos a crer com toda a
certeza, que esta luta teve uma variante própria também
na margem sudeste do rio Douro no norte da Lusitânia (ou nos lugares
e localidades da margem sul do Douro, que sempre fizeram parte integrante
e pertenceram históricamente à Lusitânia) em tempos
não muito recuados, mas que se perdeu, não conseguindo
resistir aos ventos de mudança, à repressão cultural
e socio-política portuguesa e principalmente à inquisição
da Igreja romana. Contudo em 2008 foi fundada uma associação
lúdico-desportiva lusitana para revitalizar e incentivar a prática
da renascida luta tradicional lusitana (a Maluta ou Gauruni em língua
lusitana), que ainda se praticava no Sabugal no século passado.
Esta luta, a Gauruni (ou Maluta) não é nem nunca foi uma
versão da Galhofa transmontana, embora seja irmã desta
e semelhante a muitas outras antigas lutas tradicionais celtas e europeias.
Na Calécia (ou mais exactamente no nordeste transmontano) tradicionalmente
à noite os homens reúniam-se num curral, com palha fresca,
onde se disputavam lutas da Galhofa, hoje infelizmente (por causa do
seu declíneo ou quase total desaparecimento) elas só ocorrem
nos dias festivos, como o Natal. Os lutadores apresentam-se por vezes
descalços, com camisa e calças velhas, tendo como objectivo
imobilizar o adversário, de costas no solo através de
uma das várias técnicas (ou Manhas) existentes da arte.
Segundo a tradição, as mulheres não podem assistir
a este jogo. A festa termina com uma refeição, mandada
preparar pelos rapazes, composta de mamotas (castanhas cozidas) e vinho
(geralmente a martelo) e na qual participam os mordomos e os homens
da região. Seguidamente, dirigem-se para o baile da rosca. Onde
se confraternizam e glorificam o vencedor da luta. Entre os membros
da comunidade Lusa, os lutadores lusos da Galhofa (alguns por acaso
também são praticantes de outras artes orientais), seguem
regras um pouco diferentes e têm uma atitude mais simples, mas
não menos respeitosa, lutam geralmente de calções
desportivos num Curro (zona de combate, ou Zurkane em Lusitânico)
interior (ginásio) ou exterior (campo), e vence aquele que derrubar
primeiro por três vezes o adversário e o imobilizar de
costas. Assim se mantém as raízes e se cultiva a tradição
no jogo ou luta da Galhofa, através: do potencial pedagógico
dos jogos de luta; da força; da estratégia; da coragem;
do equilíbrio; da percepção espacial; e da educação
de valores pessoais e sociais. Foi o facto de muitas das tradições
do povo lusitano e dos outros povos nativos de Portugal estarem a desaparecer,
devido à desertificação humana que cada vez mais
se verifica nas terras do interior esquecidas pelo governo central,
e pelas elites portuguesas que apenas se preocupam com os seus privilégios
particulares, e que em lugar de incentivar as culturas populares tradicionais
do país, bem pelo contrário investe na importação
de hábitos sócio-culturais estrangeiros, principalmente
orientais, americanos, brasileiros, espanhóis, franceses e anglo-saxões.
Foi para contrariar tudo isso que levou a pequena mas emergente comunidade
nativa lusitana a fundar a primeira Associação de Galhofa
em Portugal. Não esqueçamos que há uma centena
de anos quase todo o nordeste da Calécia (Trás-os-Montes
e Alto Douro) praticava esta luta tradicional de origem celta, hoje
infelizmente apenas três localidades do distrito e concelho de
Bragança a praticam. Se algum dia esta arte milenar antiga desaparecer,
as elites e os governos portugueses continuarão indiferentes
a isso, mas é a juventude e o povo nativo quem perde e é
Portugal que fica mais pobre.
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